segunda-feira, 30 de abril de 2012

FLORES & FRUTOS

Com o término do mês de março e  pensando na passagem de tempo, nada melhor que algumas imagens de cactos simbolizando justamente essa transição de períodos. A espécie chamada de Cereus Peruvianus ou popularmente conhecida por "cacto parafuso" se desenvolve, naturalmente, na forma espiral podendo ser no sentido horário ou anti-horário, numa mesma planta. As fotografias foram registradas em períodos alternados, ou seja, num determinado momento com flores e em seguida, após todo processo de polinização e fecundação, com os frutos e,consequentemente, com suas sementes.



"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores;
se não houver flores, valeu a sombra das folhas;
se não houver folhas, valeu a intenção da semente".
Henfil




domingo, 22 de abril de 2012

REMINISCÊNCIA... junho de 2011

Discutindo o tema "Ensaios de Geopoética" da 8ª Bienal do Mercosul em Porto Alegre (2011), a Sala de Exposições Java Bonamigo propôs a realização de uma coletiva que compartilhasse as mesmas questões e reflexões do grande evento de arte. Para tanto, a mostra intitulada "PAISAGENS DA REGIÃO" apresentou trabalhos de artistas da região do noroeste do estado que abordassem tais aspectos - poéticos e territoriais - a partir do olhar particular de cada participante. A exposição que contou com a participação de alunos e professores teve sua abertura no dia 30 de junho. A visitação foi encerrada no dia 28 de julho de 2011.

Vestígios do sagrado do passado do presente.
Sandro Bottene.
2011.
Instalação.
Coleção Particular.

O trabalho exposto compõe-se de três partes que, respectivamente, acabam narrando três momentos ou passagens do passado que por sua vez continuam a fazer parte do presente em forma de memória viva. A instalação é composta, primeiramente, por um mapa que indica, com uma estrela, a localização da cidade e do hospital em que nasci. Em seguida, através de uma cópia da certidão de nascimento, tais dados apresentados no mapa são confirmados pelos dados contidos no documento "oficial". E, finalmente, através das vestimentos originais usadas na cerimônia de batismo a obra completa o terceiro momento com caráter simbólico e sagrado. Estes três elementos ainda narram um intervalo de tempo entre as datas de 21/08, 29/08 e 04/10 conforme segue a ordem das partes. A obra enfatiza, em sua totalidade, além do aspecto da memória, a questão de territórios, a questão social e a religiosidade na forma documental.



convite

Mais informações sobre a coletiva acessando os links:
http://salajava.blogspot.com.br/search?q=paisagens+da+regi%C3%A3o
http://www.ijui.com/entretenimento/cultura/23391-mostra-paisagens-da-regiao-esta-aberta-a-visitacao

sábado, 14 de abril de 2012

REMINISCÊNCIA... abril de 2011

A proposta da Convocatória de Arte, que é um projeto anual promovido pelo Atelier de Arte Plano B, utiliza suportes bidimensionais e tem por objetivo a divulgação da arte. A quarta edição, intitulada de "IV Convocatória de Arte: Arte em Xeque", aconteceu na Av. Farrapos, 146/133, em Porto Alegre do dia 26 de abril até o dia 20 de maio de 2011. O trabalho produzido para o evento é uma versão reduzida do contexto realizado na série "Estufa Portátil" desenvolvido no ano de 2010. A técnica utilizada consiste no uso de uma placa de psai acrílico como suporte sobre o qual são inseridas imagens de cactos em papel adesivo obtidas através das fotografias captadas no interior do cactário particular que uma vez foram modificadas e manipulados em programas de edição de imagens no computador.

Sem título.
Sandro Bottene.
2011.
7,5 x 21,5 cm.
Técnica experimental.
Coleção Atelier de Arte Plano B.

Com o término da exposição no Atelier, a Convocatória de Arte passou a circular em outros espaços em diversas cidades dentro do Estado sob forma de mostra itinerante durante o ano corrente. Ela esteve presente nos seguintes locais:

- de 10/08/2011 a 02/09/2011 na UCS - CAMPUS 8, Rod. RS 122, KM 69, Caxias do Sul, RS.

- de 12/09/2011 a 03/10/2011 na CESUCA FACULDADE INEDI, Cachoeirinha, RS.

-  de 10/10/2011 a 03/11/2011 na ULBRA - CAMPUS CANOAS SAGUÃO PRÉDIO 10 - REITORIA, Canoas, RS.



- de 09/11/2011 a 16/12/2011 no Espaço Arte Um. CAMPUS I DA UNIVERSIDADE FEEVALE, Novo Hamburgo, RS.


Foto: Atelier de Arte Plano B

Foto: Atelier de Arte Plano B

convite
link com imagens da exposição e das itinerárias:

sábado, 7 de abril de 2012

REMINISCÊNCIA... novembro de 2011

Para conclusão do curso Artes Visuais - Bacharelado (2011), como requisito parcial para obtenção do título, cada acadêmico desenvolveu um trabalho final  no componente curricular do Ateliê VII abordando sua pesquisa plástica. O resultado foi apresentado na exposição individual "Mostra Acadêmica II" nas dependências da Sala de Exposições Java Bonamigo, Ijuí - RS, durante o mês de novembro.


convite

No período de 10 a 17 de novembro de 2011 o trabalho poético "SanTUÁRIO CACTU'San" fez parte da mostra apresentando uma narrativa visual que destacava a temática dos "cactos" sob ênfase sagrada. Tal abordagem religiosa do tema vinha em decorrência do mesmo já estar presente em vários outros trabalhos produzidos nos ateliês.


O percurso da narrativa visual sagrada constituiu-se de cinco partes interrelacionadas. A cena foi composta, em parte, através do resgate de trabalhos anteriores e de produções inéditas. O espaço da instalação (linguagem usada na mostra) fazia uma metáfora ao local do cactário (estufa onde se cultiva o gênero da planta cacto) que deslocava seu significado para transformá-lo em um ambiente de arte: o santuário.



O percurso do trabalho, num movimento ritualístico inicia com o momento denominado de Ofertório que, por sua vez, caracteriza-se pela construção tridimensional de uma releitura da obra de Leonardo da Vinci: “A Última Ceia de Cristo” oferecendo o corpo do cacto como alimento. Em seguida, a narrativa conduz-se com o momento chamado de Oratório traduzido pela exibição do vídeo arte “Bem-Vindo: siga a luz vermelha” que discute a ideia de outros espaços sagrados e do ato penitente. Logo depois prossegue com a Adoração: composta por objetos que simbolizam o culto a uma divindade relacionada com a sexualidade do gênero da planta. Continua com o momento do Sacrifício destacando uma relação de vida e morte. Por último, o momento final representa a parte do Sepulcro caracterizado pela construção de túmulos simbólicos.

 

 





 



Mais informações e imagens no links:

domingo, 1 de abril de 2012

O CACTO E AS RUÍNAS

Este livro, dividido em dois ensaios, analisa dois poemas: "O cacto" de Manuel Bandeira e "As ruínas de Selinunte" de Murilo Mendes. A primeira parte, destacando o tema recorrente da minha produção, apresenta uma construção poética entre natureza e cultura, poesia e artes plásticas. Em sua narrativa, o autor articula diálogos enfatizando o ser "cacto" como ente dramático e portador de sentimentos ora relacionados com aspectos da planta, ora comparados aos seres humanos. Em seu discurso, o autor também aborda relações do tema e tal forma representacional na arte moderna brasileira.




"A transposição metafórica humaniza, com efeito, o cacto, ao fazer dele uma dramática forma humana. Ele surge personificado pela correspondência com a arte, força selvagem aprisionada na forma resultante do fazer humano. A conversão em imagem o arranca de seu espaço natural de origem, abrindo para esse ente primitivo e singular a dimenção geral do espaço significativo da arte em sua potência expressiva do humano. Assim, ele se torna portador de sentido, forma significativa, signo em que pode se encarnar a paixão, como se nele se plasmasse também o gesto extremo da dor: ícone do supremo sofrimento, sustentado pela contiguidade e pela semelhança que aproximam sua figura ao gesto humano na arte. Mas, ao mesmo tempo, essa figura artística revela seu vínculo com a natureza primitiva, com a força selvagem que nela se plasmou em forma humana" (p. 48).


Referência. ARRIGUCCI Jr., Davi. O cacto e as ruínas: a poesia entre outras artes. 2. ed. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000. 154p. (Coleção Espírito crítico)